Cemitério (em latim coementerium, do grego koimenterion) é como os cristãos nomearam o lugar onde enterram seus mortos; reproduz o conceito da religião hebraico-cristão de que a morte é um sono que termina com a ressurreição. Daí seu dignificado: "lugar de descanso". Porém, os cemitérios não são uma "invenção" cristã, pois, se em épocas remotas não havia cemitérios como agora os conhecemos, nos tempos pré-cristãos já havia sítios de sepultamentos como as famosas pirâmides dos faraós, a Vida Sagrada em Atenas (totalmente ladeada de túmulos) etc. No princípio os cristãos eram enterrados nos cemitérios judeus, mas, com a expansão da comunidade cristã, os fiéis viram-se obrigados a ter cemitérios próprios. No início eram proibidos sepultamentos dentro da cidade, mas com o passar do tempo isso se modificou, o que trouxe um grave problema no séc.XVIII pois faltava espaço para enterramentos nos adros da Igreja e nas próprias cidades, os esquifes¹ acumulavam-se causando poluição (várias doenças mortais foram causadas devido ao contato dos cemitérios com a água que era utilizada pela população da localidade) etc. Apenas em 1855 uma lei inglesa regularizou os sepultamentos e estes passaram a serem feitos fora do centro urbano. Os primeiros cemitérios cristãos subterrâneos foram as catacumbas (do grego kata combas: junto ao defunto). De acordo com o livro Cemitério Municipal São Francisco de Paula, o termo "catacumba" "foi utilizado pela primeira vez em relação à necrópole subterrânea de São Sebastião, na via Ápia, próximo a Roma, pois a legislação romana proibia os sepultamentos na cidade, desde o Código de Justiniano. Mais tarde o vocábulo foi aplicado a todos os cemitérios subterrâneos nos arredores de Roma. Os subterrâneos ganharam, por extensão, o nome de catacumbas." As catacumbas de Roma são até hoje muito visitadas, principalmente a de São Calisto, onde cerca de vinte mil pessoas estão enterradas. Além disso, existem vários estudos visando as pinturas nelas feitas. Vale ressaltar que as catacumbas também não são uma invenção cristã, pois já existiam no Egito, em Malta e na Tunísia.
¹esquife: Caixão de defunto; ataúde. Fabrízio Krapf Costa
